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O horizonte é o mesmo no latim e no grego, os olhos que o veem que tomam ângulos diferentes

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Arte, cultura e poder



Philip Hallawell


Qual é a relação entre a cultura, a arte e o poder? É fácil estabelecer uma relação entre a arte e a cultura, pois a arte é a expressão máxima da cultura de um povo e o conhecimento e a apreciação da arte estão entre os principais instrumentos para a aquisição de cultura. Mas, e o poder? Estudos recentes apontam para uma estreita relação entre a cultura de um povo e seu nível sócio-econômico - em outras palavras: quanto mais culto um povo, mais poderoso seu país. Japão e Alemanha são exemplos claros disso.

Isso ocorre porque o homem culto tem uma visão global da realidade, é bem informado e, portanto, consegue situar-se melhor. A arte é o meio que os homens têm ao seu dispor para discutir e comentar a realidade, pois o objetivo do artista é criar uma obra que consiga estimular o espectador a refletir sobre aspectos da realidade enquanto estimula os sentidos esteticamente. A função da arte-educação é ajudar as pessoas a entender os mecanismos da arte e daí melhor apreciá-la.

Os objetivos principais da arte-educação, no caso das artes visuais, são três: ensinar os fundamentos da linguagem visual (ensinar o desenho), desenvolver a sensibilidade estética visual e inserir o aluno num processo criativo. Portanto, quando uma pessoa se envolve com a prática da arte, ela não só passa a conhecer e apreciá-la, mas também exerce sua sensibilidade e criatividade.

O exercício do desenho de observação desenvolve a percepção visual, e, com o tempo, permite um domínio sobre os elementos que compõem a linguagem visual. Nesse processo o aluno passa a ter uma atitude crítica da realidade e a pensar de forma diferente: o pensar analógico/comparativo, concreto, holístico/global, espacial, do lado direito do cérebro. Esse trabalho é feito através de exercícios.

Com o aprendizado das técnicas de pintura ou desenho, começa-se a desenvolver a expressão e a criatividade. No entanto, é importante que se tenha consciência de que o produto (no caso, o quadro) é consequência do processo em que se está envolvido; se o aluno se preocupar em pensar criticamente a respeito de sua realidade, como consequência surgirão idéias e soluções que resultarão em quadros.

Portanto, através do exercício artístico tem-se um valioso instrumento para a aquisição de cultura, do desenvolvimento do pensar, da sensibilidade e da criatividade, elementos que enriquecem o ser humano em todas as suas atividades.

Eis a relação entre a arte, a cultura e o poder.

Editora do álbum da Copa lança nove novas figurinhas da seleção brasileira


Figurinhas extras virão em produto com encarte e revista-pôster.
Versão original do álbum tem três jogadores excluídos da lista de Dunga.

Do G1, em São Paulo

Figurinha do GrafiteFigurinha do Grafite (Foto: Divulgação)

A Panini, editora que detém os direitos do álbum oficial da Copa do Mundo de 2010, lançou nesta quinta-feira (10) nove novas figurinhas de jogadores da seleção brasileira que não constavam na versão original. Agora, os fãs das figurinhas da Copa poderão ter as imagens dos goleiros Gomes e Doni, do zagueiro Thiago Silva, dos laterais Michel Bastos e Gilberto, dos volantes Kléberson e Ramires, do meia Júlio Baptista e do atacante Grafite.

Baixatudo: colecione o álbum de figurinhas virtual

A versão original do álbum conta nas páginas da seleção brasileira com três jogadores que não foram convocados para a Copa: André Santos, Ronaldinho Gaúcho e Adriano.

As figurinhas virão em um produto especial junto com um encarte com as fichas técnicas dos 23 jogadores convocados por Dunga para a Copa do Mundo e uma revista com o pôster da seleção brasileira. O produto vai custar R$ 6,90 e será vendido em São Paulo a partir de segunda-feira (14) e nas demais regiões a partir da próxima quinta-feira (17).

Doni, Gomes, Michel Bastos, Gilberto, Thiago Silva,  Kléberson, Ramires e Júlio BaptistaAs figurinhas de Doni, Gomes, Gilberto, Michel Bastos, Thiago Silva, Ramires, Kléberson e Júlio Baptista (Foto: Divulgação)

A novidade traz apenas figurinhas de jogadores do Brasil. As outras seleções que têm atletas no álbum que não estarão na Copa do Mundo, casos por exemplo do alemão Ballack e do inglês David Beckham, vão continuar desatualizadas.

África do Sul abre a Copa com música e campanha por educação

Em três horas de show, homenagens e apelos, os sul-africanos mostram, no distrito de Soweto, aquilo que darão ao planeta nos próximos 31 dias

Por Zé Gonzalez Direto de Joanesburgo, África do Sul

Os sul-africanos, com toda a sua alegria, adoram festa. Os sul-africanos, por si só, já são uma festa. E nada melhor que uma grande celebração para marcar o início da 19ª Copa do Mundo de futebol, a primeira realizada na África. Nesta quinta-feira, um dia antes de a bola rolar nos gramados, o Orlando Stadium, em Soweto, viu o que o planeta vai ver nos próximos 31 dias: muita alegria! Num show com três horas de duração, repleto de astros da música internacional, a Copa começou prometendo deixar como maior legado a educação e exaltando o líder Nelson Mandela.

O Arcebispo Desmond Tutu abertura da copaO arcebispo Desmond Tutu roubou a cena na festa de abertura da Copa com o seu humor (Foto: AFP)

Um continente que passou séculos convivendo com os olhares desconfiados do resto mundo estava em êxtase ao saber que de 11 de junho a 11 de julho o mundo estará com os olhos voltados para ele.

Diante de um público estimado em 36 mil pessoas, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, abriram as cortinas do espetáculo.

- Estou muito feliz em estar aqui. O futebol conecta os povos. A meta de toda essa festa é a educação para todos - disse Blatter, dando o primeiro aviso sobre “educação”.

GALERIA DE FOTOS: confira as melhores imagens da festa de abertura da Copa

Zuma agradeceu à Fifa por ter escolhido a África do Sul, seis anos atrás, como sede da Copa do Mundo de 2010 e poder dar a quase 50 milhões de pessoas a oportunidade de viver um sonho que talvez fosse impensado para a esmagadora maioria delas.

- Hoje conseguimos provar que a África tem capacidade de organizar um evento de proporção mundial. E peço que todos vocês mostrem esse calor aos visitantes até o dia que eles forem embora daqui. A África é a sede. A África é o palco. A África é “cool” !!! (legal!).

Seguindo o protocolo, os telões do Orlando Stadium exibiram um filme com diversas personalidades do futebol. Entre tantos craques da bola, foi o brasileiro Pelé, tricampeão do mundo, quem encerrou o clipe “Um Gol. Educação Para Todos!”. Hora da festa!

Perguntando “onde está o amor?”, com versos do hit “Where Is The Love?”, o Black Eyed Peas entrou no palco para abrir o show. Na voz de Fergie, a banda norte-americana animou o público com quatro dos seus maiores sucessos: “Pump It Up”, “Meet Me Halfway”, “Ba Bumpa” e “I Gotta Feeling”.

fãs abertura da copa do mundoOs sul-africanos deram só uma mostra da alegria que vão proporcionar ao mundo nos próximos dias
(Foto: Agência Reuters)

Depois, foi a vez de Amadou & Mariam, uma dupla de cegos do Mali, com duas músicas. Novamente, uma pausa para outro filme. Novamente, sobre educação. Com a tela dividida em duas, o curta mostrou a caminhada de Mary e Susan do nascimento até os 24 anos. A primeira, sem nenhum acesso aos estudos. A segunda, criada num mundo de livros, apostilas e escolas. O fim das duas não seria difícil de prever e o filme acaba com ambas num hospital: Mary, miserável, acaba de perder o seu bebê; Susan era a médica de plantão. Para fechar, o lema: “Um Gol. Educação Para Todos!”.

Quando chega a vez de Desmond Tutu. Todo paramentado de Bafana Bafana, o prêmio Nobel da Paz de 1984 roubou a cena. Dançando, cantando, rindo e fazendo rir, o arcebispo parecia não acreditar no que estava acontecendo. Por mais de uma vez ele disse “estou sonhando, alguém pode me acordar?”. E não poupou elogios àquele que é o grande responsável pelo país estar respirando alegria depois de tanto tempo de sofrimento.

shakira abertura da copaA colombiana Shakira foi a grande atração da cerimônia de abertura do Mundial, nesta quinta, em Soweto
(Foto: AP)

- Estamos em Soweto e ele está em Joanesburgo (separados por poucos quilômetros). Mas se a gente gritar ele escuta: “Mandeeeeeela!!!”, “Viva, Madibaaaaaaa!” - ordenou Tutu, obviamente atendido por todos.

Sem dúvida nenhuma que Mandela, morador do bairro de Houghton, escutou. Escutou e com certeza se emocionou. Aos 91 anos, o ex-presidente sul-africano e grande ícone pelo fim do apartheid, não foi ao show. Raramente ele faz aparições públicas, mas nesta sexta-feira ele irá ao Soccer City para a partida de abertura da Copa, entre África do Sul e México, a partir das 16h (11h pelo horário de Brasília). Antes de se despedir, Desmond Tutu gritou um dos slogans do Mundial.

- Ke Nako !!! (“Chegou a hora”) - despediu-se o arcebispo, chamando mais um clipe.

Na tela, Mandela.Um rápido vídeo mostrou momentos do grande líder: “advogado, boxeador, marido, pai, revolucionário...”. Alguns na platéia foram às lágrimas. Para quem assistia chegava ser difícil ao menos tentar se colocar no lugar de um sul-africano e entender o que se passava naquele momento.

montagem_ abertura Copa do MundoMascarados, sul-africanos orgulhosos e até bandeira brasileira na festa de abertura da Copa do Mundo

O show seguiu com atrações nacionais e internacionais. O colombiano Juanes levantou o público com o seu ritmo latino, a norte-americana Alicia Keys embalou com a sua batida melódica e o somali K´Naan, anunciado pelo ex-jogador brasileiro Sócrates (com um gorrinho cheio de estilo), fez todos explodirem com o seu “Wavin’Flag”, um dos hinos dessa Copa do Mundo e música que você vai ouvir muito durante os próximos 30 dias.

Chega o Gran Finale. Cheia de curvas e rebolado, a colombiana Shakira fechou com chave de ouro a cerimônia. E todos se despediram, com fogos de artifício no frio céu de Soweto (eram 10 graus), ao som de mais um tema do Mundial: “Waka Waka (This Time For Africa)”.

Nesta quinta-feira, a África do Sul deu apenas um aperitivo do que está por vir. Na sexta, a bola rola. E até dia 11 de julho o país será de alegria. O continente será um sorriso só.

Ke Nako! Chegou a hora!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Ibram realiza a 8ª Semana Nacional de Museus

Para comemorar o Dia Internacional dos Museus (18 de maio), o Conselho Internacional de Museus (ICOM) elegeu, em 2010, o tema Museus para a harmonia social. O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) vai celebrar a data com o mesmo tema, promovendo a 8ª Semana Nacional de Museus. No período de 17 a 23 de maio, a programação conjunta tem o objetivo de promover a integração das instituições museológicas, intensificando suas relações com a sociedade.

A temática Museus para harmonia social destaca o papel do museu como uma instituição conectada ao mundo contemporâneo e interessada na vida social, política e econômica da sociedade em que está inserida. Estimula ainda a discussão, a reflexão e a prática do respeito e da valorização das diversidades.

Seminários, exposições, oficinas, espetáculos musicais, de teatro e de dança, mesas redondas, visitas guiadas e exibições de filmes compõem a programação. Ao todo são 1.763 eventos espalhados por todas as regiões do país e abrigados por 588 instituições.

Desde a sua primeira edição, em 2003, a Semana Nacional de Museus já divulgou a programação de 2.445 instituições museológicas, envolvendo 7.473 atividades. Temas como patrimônio imaterial, público jovem, amigos, turismo, patrimônio universal e mudança social já foram abordados em edições anteriores.

A arte no café

http://www.youtube.com/watch?v=zUZtbtbglZE&feature=related

Uma bela forma de arte .

Visto de 10 anos para os EUA começa a valer nesta sexta-feira

A partir desta sexta-feira (28), os vistos concedidos para viagens aos Estados Unidos passarão a ter validade de 10 anos. A regra vale também para americanos que queiram viajar ao Brasil. Antes da mudança, a validade máxima dos vistos era de cinco anos.

Além de esticar o prazo de validade, Brasil e Estados Unidos decidiram eliminar a cobrança de uma taxa extra que era exigida para a retirada de vistos específicos para viagens de negócios, de estudantes e de intercâmbio para professores visitantes em ambos os países. Essas categorias, contudo, vão continuar pagando a taxa básica para a retirada do documento.

O acordo entre os dois países que possibilitou a ampliação do visto foi aprovado pelo Senado em fevereiro deste ano. O projeto já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado.

O custo para a concessão e ou renovação do visto é de R$ 38 (para agendamento da entrevista) e de US$ 131 (convertidos em real de acordo com a cotação da moeda no dia de pagamento da taxa) para a obtenção de fato da autorização de entrada no país

Outras informações podem ser obtidas no site da embaixada dos Estados Unidos, por meio do endereço eletrônico da embaixada.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/05/visto-de-10-anos-para-os-eua-comeca-valer-nesta-sexta-feira.html

domingo, 23 de maio de 2010

O Legado de Guignard


É pouco provável que haja alguém que não tenha tido um professor. A esmagadora maioria teve. E professor aqui não se refere apenas àquelas amáveis criaturas de nossa infância nas escolas elementares. Fala-se delas e de alguns tipos inesquecíveis existentes ao longo de anos de estudo e cuja benevolência é lembrada com saudade. Há também aqueles que, pelo desinteresse nas aulas, são recordados com risos pelos seus ex-alunos, hoje profissionais. Em geral, professores desinteressados são minorias. Mas no primeiro grupo há sempre dois ou três deles que, possuidores de conhecimento, talento e paciência, itens indispensáveis ao ensino, acrescido da paixão pelos alunos, ficam na nossa memória como emocionante lembrança. Habitualmente são mestres não apenas pelos atributos acima descritos, mas pelo altruísmo em dividir seus conhecimentos e ilustrá-los com suas experiências, prendendo a atenção dos alunos e os deixando encantados pelo seu saber. Cada aula é uma espécie de conferência da qual saímos engrandecidos. São amorosos lentes se opondo àquelas pessoas com muita leitura, saber pessoal, mas que não dividem com o outro seus conhecimentos, não escrevem uma linha e não deixam registros de sua erudição.
E há também o reverso dessas afirmações: o ex-aluno raramente para para pensar como era visto pelos professores e se esquece ao longo da vida que é sua obrigação ser mais brilhante que o professor, assim como é dever do filho superar o pai. Só assim melhoramos, acrescentamos algo de novo no acervo herdado. É dessa forma que caminhamos e tentamos melhorar o mundo.
Não houve tempo para este articulista conhecer Guignard pessoalmente, algo que lamento, mas vários de seus ex-alunos foram ou são pessoas de meu convívio e a impressão que eles me transmitiram é que ele pertenceu à primeira categoria de professores. Por isso, eles não o esquecem e reconhecem nele o mestre que contribuiu para o engrandecimento artístico de cada um. Essa gratidão é registrada nos seus currículos, nos quais a condição de ex-aluno é ressaltada, ou no registro do seu legado nas obras deles. A transparência na pintura de Guignard, para citar apenas um detalhe didático e imortal do Sonhador de Ouro Preto, é herança imortalizada nas obras de Yara Tupinambá, Maria Helena Andrés, Sara Ávila, Amílcar de Castro e Holmes Neves e na delicadeza dos traços de Solange Botelho.
São alunos que, aprendendo com o lente querido, acrescentaram algo na sua própria produção, procuraram e encontraram seus próprios caminhos e se tornaram também mestres, ratificando a máxima de que a geração seguinte deve superar a anterior. Alguns deles abandonaram a influência do professor, partiram para obras tão radicais que surpreenderiam o mestre se hoje ele voltasse à vida. Esses ex-alunos acharam que a obra de arte de hoje deve tomar o lugar da técnica do desenho, do número de ouro, da composição equilibrada e que pouco importam as cores complementares, e abraçaram a arte contemporânea com seus novos elementos, refletindo o nosso próprio tempo. Com a compreensão que Guignard tinha da arte e se aqui ainda estivesse, declararia com seu jeito carinhoso: “continue..., continue..., tá bom..., é assim mesmo”. Para ele, continuar, trabalhar, produzir, fazer, ir em frente era o importante. Há aqueles que, muito antes da morte do mestre, aderiram ao concretismo, colocando-o nas obras de planejadas formas geométricas confeccionadas com réguas e esquadros ou ainda nas dobraduras das chapas de aço, formando surpreendentes esculturas. E há ainda aqueles que continuam acreditando que a arte deve conter a técnica apurada do desenho e a preservação dos princípios que nortearam a arte de sempre. Nesses alunos é possível encontrar vestígios ou formas definitivas da ocasionalmente trágica, com freqüência benéfica e necessária transgressão.
O colecionador de olho apurado reconhecerá em alguns dos ex-alunos de Guignard o legado do mestre imortal e notará as transgressões de artistas que procuraram novos caminhos, registrando nosso mundo contemporâneo. Cabe a cada um de nós seguir as preferências que faz bater mais forte o coração do colecionador, com a certeza interna de que o que é bom fica para sempre.